terça-feira, 18 de junho de 2013

Clara madrugada

Louvado seja o Pai dos Céus
Por todas as madrugadas.
Por esta de plena calma,
Num céu claro, noite estrelada.

A todos os Credos chegue a luz
Sua, nossa, Luz emancipada.
Estorninho, pintassilgo e avestruz,
Alva pomba dourada.

Venha de novo seu espírito divino
iluminar o Homem na manha clara.
Que de novo canta o passarinho,
Seu aliado em nossa caminhada.

Liberte-se o ultimo prisioneiro
afligente de dor no alheio,
Se solte de novo o carneiro,
Em equilibrio, sem demais cancioneiro,
De receita apregoada, tertúlia enganada...
Submisso é o conselheiro, quando aconselha a espada.

A não ser que seja a do cristo,
de vermelho sofrido dourada,
Empunhada em amor.
Lhe serve apregoada,
dor no âmago cravada,
Para rebentar em êxtase,
mil cruzes,
libertadas.




Humildade vestida de negro, Vejo




Não sinto só falta da minha terra.
Sou uma rocha de basalto no Tejo.
Uma laje da lava serva,
que lhe voltará a sentir o beijo.

Não sou só uma rocha de basalto,
Sou filho do pulsar da Terra,
do sangue derramado no mar alto,
dos infortúnios que ele encerra.

vestido de humildade
e orfão de futilidade...

No Tejo, barcaças a passar,
Rochas abraçadas ao leito.
uma imagem para enganar
a saudade que enche o peito.

vestido de humildade
e orfão de futilidade...

QUARTA-FEIRA, 14 DE NOVEMBRO DE 2007



Vejo

Sete colinas deitadas,
e eu a monte.
ás tuas portadas
vejo o horizonte.

olho o tempo envelhecer
e as velas sopradas
de novo é anoitecer
sinto as pernas quebradas.

e oiço vozes ecoar
Sonhadas Saudades
que eu vou lembrar
Porque é nesse mar...
é nesse mar...
e é nesse mar...

Nesse mar que é distância,
que é tristeza,
onde minha ânsia
me trás firmeza.

baixinho oiço o cantar
das cagarras, que ao voar
rompem a saudade de festejar
e de gritar
e de chorar
nesse mar.
Nesse mar.

DOMINGO, 11 DE NOVEMBRO DE 2007





domingo, 9 de junho de 2013

Na voz do vento 06-06-2013


Se soubesses quanto meu coração sofre,
embalado como é na voz do vento.
Disperso e fragmentado quando em desalento.
Cansado, num bater de lamento, neste verso,
Estrofe
.
Um largar pano no oceano dormente
Absorve-me a cruz e o descontentamento
Em barco sem visão permanente
O culto no céu, lamento...
O quanto rezo, peço
por porto de abrigo
nos sois e sete ventos
Onde sempre semeio,
conheço,
bons momentos.
Leva-me na tua graça
No teu choro terno, canto
Que-me abraça.
Leva-me somente
Sem que me agarre pranto! 
que se cale a desgraça!...